Portraits



Author surrogate, Mary Sue

William

TRATADO DAS ARTES

trecho do capítulo 2
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- do desenho contemporâneo

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Sobre o desenho na pasta, ainda vive, mas não participa importantemente, sabendo sem saber. O material da cor tem a ferramenta da dúvida, por vezes, no momento que não é – de modo que a essência seja boa e aparente, condição primordial para toda a vida.
O pensamento se constrói assim, na conquista da cristalização da linguagem, e esta deslumbra e acontece mesmo. Um gravador oriental aprendeu a comentar os desenhos aos 92 anos, por exemplo, reconhecendo a convivência do olhar sobre a proposta dos retratos daquilo que não vemos.
O intervalo articula pelo olho da máquina na passagem do borrão e chega nas várias imagens. É só colocar. A tira do olho, com maneiras do olhar daqui pra cá, mantém a seqüência tal e qual ela aconteceu.
Assim a somatória de todos os anos na síntese translúcida chega tanto num trabalho quanto no outro, por uma questão evidente, e ele se manifesta de acordo com a câmera fotográfica, apesar de utilizar a janela artística como pretexto. Repercute sem título, mas ali não há título e pretende chamar-se janela, porta, cama, mesa e banho. Intervalando os papéis na delicadeza transparente criadora da densidade concreta do papel sobre papel.
Como exemplo pertinente temos o quadrado preto sobre o fundo branco, duas vezes numa mesma sala. Enfatizam-se os dois escultores, Rodin ad infinitum, na Pinacoteca ou no livro de figuras femininas. E tudo encontra seu resumo ao segurar o pé como a bailarina do impressionismo, na fatura que reforça a tematização como escultura, além do desejo simbólico manifestado.
Aí a questão poética é a chave da câmera parada na longitude, referindo novamente a algumas discussões acerca da máquina de costura. O dado, portanto, fornece a seqüência de composições e a ênfase da postura inocente é secundária. A problematização do dicionário é uma acidentalização do acaso, e por isso o título, de acordo como que a generalização da arte, hoje em 2004, é o espectro que vai reconhecer-se em certa medida dentro dos espaços expositivos. O território é legítimo no pintar dos vasos de flores, antes do século XXI, sem o caráter pedagógico. Ainda, a re-proposição como condição não-retiniana da parafuseta, onde habita Judas e seus calçados, tem por objetivo intrínseco o choque estético [ver signo conceitual].
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Explicação falsa sobre o TRATADO DAS ARTES [versão Felisberto Hernández rip-off]
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Colhi, durante minha estadia na faculdade de Artes, trechos de palestras, aulas e afins. Organizei-os segundo a rapidez da minha mão em relação ao que conseguia ouvir [isto feito em 'tempo real', live PA], ou de acordo com o que achei adequado [em um momento seguinte].

Bosch's animal

L'illusionniste

Flaudomire

Felisberto Hernández

O CAVALO PERDIDO e outras histórias
Felisberto Hernández
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pequeno trecho
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"Atravessado sobre as teclas, como um trilho sobre dormentes, havia um longo lápis vermelho. Eu não o perdia de vista, pois queria que me comprassem outro igual. Quando Celina o pegava para anotar no livro de música os números que correspondiam aos dedos, o lápis estava desejando que o deixassem escrever. Como Celina não soltava, ele se mexia ansioso entre os dedos que o sujeitavam, e com seu olho único e pontiagudo olhava indeciso e oscilante de um lado para o outro. Quando o deixavam aproximar-se do papel, a ponta parecia um focinho que farejava algo, com instinto de lápis, desconhecido para nós, e observava entre as pernas das notas, buscando um lugar branco onde morder. Por fim Celina o soltava e ele, com movimentos rápidos, como um leitãozinho quando mama, se dependurava vorazmente no branco do papel, ia deixando as pequenas pegadas firmes e acentuadas de seu curto casco negro e mexia alegremente o longo rabo vermelho."

Flaudomire

imagined empty iron mobile shelf

I got it good, mosquito

Long John, thankfull for all the fishing, signed Herman Melville